Há setenta anos, no dia 19 de novembro de 1942, o Exército Vermelho iniciou a sua contra-ofensiva na Batalha de Stalingrado. Essa operação resultou na derrota completa das tropas alemãs nazistas. A partir das ruínas de Stalingrado se inciou o caminho até à Grande Vitória da primavera de 1945.

Esta operação no Rio Volga, batizada de Uran, foi preparada durante dois meses. Junto à Stalingrado (atual Volgogrado) cercada, em condições de segredo rigoroso, se concentraram reforços provenientes da Sibéria Ocidental e foi criado um poderoso grupo de assalto.
Os historiadores consideram esse um momento culminante, um ponto de virada de toda a Segunda Guerra Mundial. Para a máquina de guerra alemã, que até esse momento tinha conquistado quase toda a Europa, isso foi um golpe devastador, do qual ela já não conseguiu recuperar, diz o perito do Instituto de História Geral da Academia das Ciências da Rússia Mikhail Miagkov:
“Foi precisamente aqui que se deu a virada moral na guerra. Não só porque os alemães concentraram aí as suas unidades principais e Hitler deva uma enorme importância política a essa cidade. Nesse momento se deu uma quebra moral do exército alemão e o exército soviético sentiu que o inimigo podia ser vencido.”
A contra-ofensiva foi precedida de meses de duros combates. As tropas do Terceiro Reich avançaram em meados de julho em direção a Stalingrado e estavam convencidas que até agosto a cidade iria cair, abrindo-lhes o caminho para as áreas petrolíferas do Cáucaso. Mas elas esbarraram na incrível resistência por parte dos defensores da cidade que lutavam até à morte.
Os defensores recordavam como eram os combates na colina de Mamaev Kurgan (Na foto; Túmulo de Mámai, em russo) e como decorriam combates por cada rua e por cada prédio. Todo o mundo seguiu, com o coração nas mãos, o decorrer dessa confrontação nas margens do Volga. O seu desfecho iria decidir o destino de toda a humanidade. Os defensores de Stalingrado não defenderam só a cidade, eles salvaram toda a Europa e todo o mundo do nazismo. A derrota das tropas hitlerianas junto a Stalingrado permitiu o desenvolvimento do movimento da Resistência nos países da Europa.
A batalha de Stalingrado, que durou 200 dias e noites na sua totalidade, foi a batalha de maior escala e a mais sangrenta da história da humanidade. Na defesa da cidade morreram e ficaram feridos cerca de um milhão de soldados e oficiais soviéticos. Os exércitos do bloco nazi-fascista perderam em Stalingrado um quarto das forças que combatiam na frente germano-soviética.
Sobre a Batalha de Stalingrado foram escritas montanhas de literatura, os acontecimentos foram reconstruídos literalmente ao minuto. Mas o trabalho continua, diz Elena Tsunaeva, historiadora de Volgogrado, um dos autores da enciclopédia dedicada à Batalha de Stalingrado:
“Sim, se sabe muito, mas se começarmos a analisar os detalhes, ainda muito está por descobrir. Há pouca informação sobre determinados destacamentos militares, é difícil encontrar documentos de arquivo, visto que muito foi destruído durante a guerra. Falta informação mesmo sobre alguns comandantes. Ou seja, nós sabemos quem foram heróis, quem foram os condecorados, mais é muito complicado encontrar a descrição detalhada do seu feito. Quanto ao fato de terem sido escritos muitos livros, posso dizer que alguns episódios são simplesmente copiados. Por isso seria errado dizer que o estudo da Batalha de Stalingrado terminou.”
A continuação do estudo da Batalha de Stalingrado deverá receber a contribuição da quinta edição da enciclopédia, assim como da nova edição biográfica Batalha de Stalingrado e os seus Habitantes. Ela irá descrever a contribuição que os habitantes da cidade deram para a vitória tanto na retaguarda como na frente de combate. Pois se olharmos para a vitória, esta foi tecida de milhões de feitos e vitórias das mais diversas.
Fato importantíssimo para a história mundial. O exército vermelho merece louros de honra por essa conquista que parou a força cruel e desumana dos nazistas. Ótima matéria!
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