sábado, 29 de junho de 2013

Quem te medo da democracia

Nas ultimas semanas o Brasil foi sacudido por uma onda de manifestações que agitaram praticamente todas as capitais, e muitas cidades do interior do pais. A grande mídia brasileira no inicio se manteve longe e fazendo o seu papel de criminalizar os movimentos sociais bem como tentar marginalizar os acontecimentos, em grande medida a repressão violenta em São Paulo por parte da Policia Militar aos manifestantes virou o grande estopim para as manifestações se espalharem.
Outros atos começaram a acontecer alguns com pautas parecidas como a defesa de um transporte de qualidade e com tarifa justa ou mesmo outros que no fundo só queriam mais direitos uma melhor aplicação do dinheiro publico e que os serviços públicos possam funcionar com melhor qualidade. Nesta virada de fase das manifestações, a grande mídia começou a tentar dar a linha através de seus telejornais e jornais impressos, tentando mudar o foco que até então era o serviço publico que é muito mais amplo do que o governo "A" ou "B" para direcionar toda a sua carga para o governo da presidenta Dilma Roussef.
Neste ponto precisamos fazer uma reflexão mais profunda para não ficarmos apenas na superfície do problema! É inegável que o Brasil nos últimos dez anos sofreu grandes mudanças, que o cidadão brasileiro adquiriu mais consciência e que em grande parte todos querem mais direitos e querem que o pais melhore, e que bom que existe esse sentimento mais não podemos ser tolos ao ponto de nos iludirmos que não há uma disputa colocada aqui para que rumos podem soprar os ventos, e nesse momento que faço a pergunta do título QUEM TEM MEDO DA DEMOCRACIA ?

Se o campo da esquerda pensar que é ruim ter povo na rua se manifestando, exigindo mais direitos, certamente há alguma coisa de errado, não ha condições de a esquerda de tradições democráticas com um profundo ligação aos movimentos populares, ficar acuada e não batalhar para disputar os rumos. Porém de outro lado esta um campo conservador que só os interessa povo má rua, luta popular quando estes acontecimentos os ajudam e facilitam seus objetivos mais pragmáticos e sim essa direita brasileira não gosta e tem medo de uma democracia mais robusta mais plural onde existe mais canais de participação popular.
A presidenta Dilma Roussef agiu como uma verdadeira chefe de Estado e anunciou medidas de curto e longo prazo na ultima segunda feira, com as cinco medidas que envolvem alguns problemas mais imediatos como maior financiamento a educação, mas também alguns mais estruturais como a convocação de um plebiscito para tratar sobre a reforma política. 
Em grande medida para aqueles que participaram das manifestações ficou claro que há um descontentamento com o sistema político brasileiro a repulsa aos partidos políticos nessa manifestações e não é só para com os da esquerda mais todos os partidos, deixando claro um esgotamento no nosso sistema político.
Com a convocação de um plebiscito a grande imprensa brasileira mostra toda a sua cara reacionária e começa uma santa cruzada para dizer quero governo brasileiro esta em crise, que sairá muito caro, que se o congresso nacional aceitar essa saída democrática para o problema estará se curvando diante do executivo e tudo mais. Porem na mesma pesquisa publicada hoje que afirma que a popularidade de Dilma caiu 27 pontos,afirma também que 68% dos entrevistados concordam com a convocação do plebiscito. A oposição oficial no congresso nacional esta sem discurso, o único argumento levantado até agora é o de que sairá muito caro um plebiscito nacional, mais o que tem por trás é que não os interessa é mudar as regras do jogo, que é em grande medida o financiamento privado das eleições origem em grande medida da corrupção brasileira, fortalecimento dos partidos obrigando que os mesmo tenham mais identidade ideológica o programática.
Se faz necessário para o campo da esquerda e popular entrar com decisão neste debate. Com uma linha justa e acertada para ganhar mentes e corações para uma reforma verdadeira nos rumos deste movimento que como disse no inicio deste texto sacudiu o Brasil e impulsionar o governo ainda mais para o campo da esquerda. Nos momentos de turbulência podemos ter duas saídas radicalizar na democracia e ter uma saída mais ousada para os problemas ou fazer corpo mole e ter uma saída mais conservadora, se a opção do governo for a segunda pode estar sendo uma decisão que facilite uma vitoria nas próximas eleições que se avizinham pode ser um verdadeiro tiro no pé.

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